O dia do trabalhador sob a ótica do franqueado, desafios para manter um time campeão.

Após alguns dias em que se comemorou o dia do trabalhador resolvi escrever sobre este tema baseado na ótica do franqueado e seus desafios para manter um time campeão. Antes vamos fazer um breve comparativo entre dois modelos de negócios, um considerando uma unidade própria e outra uma unidade franqueada.

UNIDADE PRÓPRIA

1. Recrutamento e seleção é feito de maneira empírica, baseada em experiência adquirida ou através de contrato com terceiros;

2. Treinamento em sua maioria é realizado in loco pelo proprietário ou Gerente, focado nas rotinas essenciais para realização das atividades. Pode buscar outras opções como a indicação de instituições ou criar seu próprio programa de capacitação;

3. Gestão e desenvolvimento da equipe cabe ao proprietário ou Gerente, com regras estabelecidas por ele mesmo, cujo modo de gerir é baseado em sua experiência e crenças;

4. Causas trabalhistas são absorvidas pelo proprietário que deve buscar estar atualizado com as regras CLT e ter uma boa assessoria jurídica.

UNIDADE FRANQUEADA

1. Recebe todos os treinamentos e direcionamentos para realizar o recrutamento e seleção;

2. Franqueadora fornece todos os treinamentos necessários para as funções fim, de acordo com o seu segmento, para manter o padrão definido por sua marca;

3. A gestão da equipe e seu desenvolvimento cabe ao franqueado que deve seguir rigorosamente o que consta no manual de franquia da marca;

4. Causas trabalhistas são absorvidas pelo franqueado que deve buscar estar atualizado com as regras CLT e ter uma boa assessoria jurídica.

Fazendo uma análise comparativa entre as duas unidades notamos que para quem possui a unidade franqueada há um suporte necessário para formação e desenvolvimento da equipe, baseado no repasse do know how da franqueadora, enquanto que na unidade própria cabe ao proprietário criar seus próprios mecanismos. São duas situações bem distintas cujo sucesso dependerá muito da gestão de cada um, para quem possui a unidade própria com mais liberdade podendo tomar decisões sem dar satisfações, no outro modelo o franqueado deve seguir as instruções e acreditar que o que for aplicado vai dar certo, pois já foi testado na franqueadora.

Claro, qualquer que seja o modelo do negócio e o modo escolhido para recrutar, selecionar, desenvolver e gerir uma equipe, o mais importante é como será executado e para isso é importantíssimo a figura do líder, pois uma equipe sem um bom comando não tem direcionamento nem foco, é preciso que alguém tenha a visão sistêmica e consiga lidar com todos os seus colaboradores de forma a atingir metas e objetivos e isto é determinante. Portanto para proprietários de negócios próprios ou franquias é fundamental ser líder ou preparar um para desenvolver uma equipe campeã. Afinal são muitos os desafios que se colocam pela frente, principalmente por conta da legislação trabalhista brasileira, falo do tal regime CLT, capenga, injusto com quem empreende neste país, totalmente inquisidor, repressor do desenvolvimento e que realmente precisa evoluir para um estágio que permita destravar e criar uma nova alavanca para crescimento econômico.

Nota-se no comparativo que fiz que a única característica em comum entre os dois modelos é o enfrentamento das causas trabalhistas, não importa como gerir os colaboradores há ainda uma confiança, mais, eu diria uma “arma” na mão dos funcionários chamada CLT, muito em função do hábito criado durante estes longos 53 anos de existência deste instrumento e dos julgamentos, jurisprudência gerada que só favorece o empregado em detrimento do empregador, havendo casos até de fechamento da empresa por conta de causas trabalhistas com valores absurdamente aniquiladores.

Então sob a ótica do franqueado que possui todas as instruções necessárias nos manuais escritos pelos franqueadores, tem todo o suporte disponível, lidera a equipe ou alguém o faz, tudo flui bem. Porém quando não há estes fatores sendo aplicados resta ao franqueado suportar toda a carga e responsabilidade, se aproximando muito com as características da unidade própria, conforme colocadas no quadro acima no início deste artigo. Uma empresa é formada por pessoas, sem regras claras não haverá efetividade nos processos e consequentemente falhas no atendimento ao cliente final.

Importante aqui fazer uma verificação se todos os franqueadores estão realmente dando as instruções e suporte aos franqueados a respeito do desenvolvimento de suas equipes. Vale salientar que há diversos métodos adotados por exemplo no recrutamento e seleção, há várias formas de realizar o treinamento, seja presencial ou à distância, terceirizando ou não, porém se constantemente os franqueadores alteram sua metodologia, é bom ligar o alerta, pois vai afetar a gestão dos franqueados.

Outro ponto é que quando o franqueador deseja revisar algum processo relacionado ao desenvolvimento de pessoas, em que envolve o franqueado, importante que antes seja pilotado, como também deve estar bem claro como se dará este piloto e que resultados serão extraídos, assim também como será a implementação em toda a rede, para recriar o padrão. Estamos falando aqui em mudanças necessárias, mas volto a afirmar que mudanças demais são desnecessárias e podem afetar o franqueado na ponta.

Desafios na gestão de pessoas são grandes para quem empreende no Brasil principalmente, se o negócio está sob o regime do sistema de franquia que os franqueadores cumpram à risca tudo o que é inerente à sua parte na relação, se assim o for o sucesso será uma palavra constante, agora se não há orientações corretas, falta suporte e muitas mudanças em prazos curtos, não há como manter um direcionamento constante nas equipes franqueadas, líderes terão dificuldades na gestão e não será possível ter um time campeão.

Em tempos de constantes mudanças, franqueadores na tendência de estar onipresente, atuando em várias frentes e canais, com uma concorrência cada vez mais acirrada, a exigência aos franqueados por resultados cada vez maiores em tempo menor é crescente. Todos devem estar atentos aos rumos que estão sendo dados pelos franqueadores, se a relação está sendo transparente, afinal franqueados são investidores e um erro estratégico pode colocar tudo a perder.

Franqueados tem um grande desafio para manter uma equipe campeã, porém uma boa gestão a enfrentará, foco total nas pessoas, em seu desenvolvimento e se houve mudança de rumos que seja para melhor e baseado na boa parceria com o Franqueador. O que importa é o trabalho sinérgico e conjunto entre as duas partes, assim terão um time sempre vencedor diante dos desafios que se apresentam.